sábado, 5 de setembro de 2009

LUCÍOLA

Timba Alunos Elite 1ºAno, aí está o Resumo da Obra Lucíola. Divirtam-se!!!

LUCÍOLA

Fica claro, que em “Lucíola”, o narrador é em 1ª pessoa. O livro é narrado por Paulo, que é o personagem principal.
Assim, a narrativa tem um caráter autobiográfico, pois é feita em 1ª pessoa, buscando recuperar, a partir da perspectiva do amante, a paixão vivida por Lúcia e Paulo. O prefácio chama-se "Ao Autor" e, ali, uma pessoa que assina G. M. afirma que encontrou as cartas de Paulo e as reuniu, publicando o livro Lucíola. Percebemos que, então, cada capítulo corresponde a uma carta que Paulo escreveu à senhora que o indagou. A narrativa é detalhista. Em Lucíola, o autor faz um aprofundamento psicológico e mostra os conflitos interiores de Paulo e de Lúcia. Além disso, Lúcia não é linear, porque seu perfil se altera durante a obra. ("Acredite ou não, Lúcia acabava de me revelar naquela imagem simples um fenômeno psicológico que eu nunca teria suspeitado." - cap 18). Os personagens de “Lucíola” são, em boa parte do tempo, falsos. Em Lucíola, um personagem apresenta grande complexidade psicológica, a par do idealismo romântico com que foi concebido. A publicação do livro ocorre em 1862. Com relação à narrativa, trata-se de um conjunto de recordações de Paulo. Pode-se considerá-lo um livro com algumas memórias fictícias, pois a ação transcorre no passado. O relacionamento de Paulo e Lúcia aconteceu quando ele chegou ao Rio de Janeiro, em 1855. Entretanto, as cartas foram reunidas por G. M. em novembro de 1861. O tempo no livro é quase sempre psicológico, com grandes usos de “flash-backs”. O Rio de Janeiro é o espaço físico onde se desenvolve o romance. O autor retrata a sociedade de sua época, quando o Rio de Janeiro era a capital do Império, apontando alguns aspectos urbanos negativos. José de Alencar era um forte crítico social. Paulo era um rapaz do interior, que foi para o Rio de Janeiro conhecer a corte. Poucos dias depois de sua chegada, um amigo de infância chamado Dr. Sá o leva à festa da Glória. Lá, Paulo percebeu a diferença existente entre sua vidinha provinciana e a vida luxuosa na corte. No meio da festa, porém, uma bela mulher chamou sua atenção. O que mais lhe impressionou nessa mulher foi o seu jeito de "ingênua castidade". Dr. Sá, entretanto, ao perceber o engano do amigo, explicou para ele que aquela mulher era uma prostituta de alto luxo. Mesma sabendo disso, ela não saiu de sua memória.

Lucíola - este é um romance social-urbano , Alencar aborda a situação social e familiar da mulher, em face do casamento e do amor, retrata a sociedade carioca da época, principalmente suas camadas abastadas. Compreende desde textos românticos, como a mesma velha história do casal cujo amor só depois de superados certos obstáculos, até indícios de investigação psicológica por meio de dramas morais causados pelo conflito entre as convenções sociais e a sentimentalidade individual. Estrutura da obra 21 capítulos - Narrador em 1ª pessoa, (protagonista: Paulo), é observador e participante dos acontecimentos que narra.

Espaço: Rio de Janeiro. A narrativa é feita em flash-back, é uma retrospectiva de acontecimentos passados, já filtrados pela revisão e reflexão do narrador. Há presença de textos dissertativos – o narrador interrompe o a narrativa para fazer reflexões em torno do assunto narrado.
No trecho: “... terminei ontem este manuscrito, que lhe envio ainda úmido de minhas lágrimas ...” A partir dessa frase, o narrador reafirma a destinação de sua carta, ou do material de sua história, conforme o que afirmara no capítulo inicial. Os grandes temas do livro que transformam Lúcia numa heroína tipicamente romântica são: do amor e da morte, e do amor unido à morte. O amor, um dos mitos do Romantismo, é o regenerador da pessoa humana. E o amor verdadeiro sobrevive à morte, é eterno. Lúcia se realiza plenamente, ao morrer. “... agora que minha vida conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade...”.


Personagens principais:

Lúcia (a verdadeira)
- prostituta e companheira de quarto da personagem-protagonista - tem cerca de 19 anos quando morre – Possui pouca sofisticação intelectual. Mulher, depravação, luxúria, sentimento de culpa, prostituição, caprichosa, excêntrica, rejeita o amor, demônio. Sendo assim, falecendo de tuberculose, Maria da Glória troca os documentos assumindo a identidade da colega. No desenrolar da história, descobrir-se-á o seu verdadeiro nome: MARIA DA GLÓRIA, menina, pureza, ingenuidade, dignidade, inocência, simples, meiga, tende para o amor, anjo.

Paulo
– narrador-personagem. Paulo ressente-se por não ter compreendido os sentimentos (o amor) e a alma de Lúcia. E ele conta em cartas dirigidas a uma senhora, G. M. (pseudônimo de Alencar), que as publica em livro com o título de LUCÍOLA

. Personagens secundários:


- Com seus trinta anos de idade, um caráter fleumático e uma imaginação ardente Cavalheiro que, com suas posses, aproveitava segundo seus critérios o melhor da vida: sexo, alegria, bebida de arte.

Sr. Rochinha
- Era um moço de 17 anos, - trazia impressa na tez amarrotada, nas profundas olheiras e na aridez dos lábios, a velhice prematura.

Sr. Couto
- Diógenes Couto - responsável pela degradação (prostituição) de Lúcia. Um senhor idoso que procura passar-se por jovem.

Sr. Cunha
- ex-amante de Lúcia que depois é desprezado por ela.

Sr. Jacinto
- Era um homem de 45 anos; feição comum e espírito medíocre. Vivia de intermediário das prostitutas, isto é, transformava em dinheiro todos os presentes ganhos por elas.

D. Jesuína
- Quando Lúcia foi expulsa de casa, D Jesuína fora a primeira pessoa que a amparou. Mas depois, tornou-se cafetina de Lúcia.


Joaquina
- escrava de Lúcia.

Ana
–irmã mais nova de Maria da Glória. (Lúcia)

Enredo - Conta a história de Lúcia e Paulo.
Logo após ter chegado ao RJ, procedente de Olinda, em 1855, com cerca de 25 anos, Paulo fora convidado por um amigo, o sr. Sá, a acompanhá-lo à Festa da Glória, quando lhe atraíra a atenção uma jovem e bela mulher que, de início, em sua simplicidade de provinciano adventício, não identificara como cortesã (ou prostituta). Ao ver Lúcia, assim se chamava a mulher, tivera a impressão de já conhecê-la. De fato, à noite lembra-se de que, realmente, já a tinha visto antes, no dia mesmo de sua chegada ao RJ, em um carro elegante puxado por dois fogosos cavalos, e exclamara então para um companheiro de lado: "
Que linda menina! Como deve ser pura a alma que mora naquele rosto!"e que gentilmente, após, alcançara-lhe o leque que deixara cair na rua. Lúcia era, assim, uma mundana de rara beleza e suave aspecto, que faziam parecer uma jovem inocente. Pelo menos, essa foi a impressão de Paulo e que o levou a apaixonar-se, mesmo depois de saber quem era ela. Tal como a pintou o romancista e se depreende de toda a história, ela era de natureza complexa nas alternativas de sua vida e do seu temperamento. Boa nas intenções, mas devassa na prática da vida que levava; interesseira e avara na conquista do dinheiro fácil e, ao mesmo tempo, generosa ao dar esmolas e na ajuda a parentes; com um passado de luxo e dissipação, se apaixona da maneira mais romântica pelo jovem que nela descobrira bondade e ternura. Enfim, era bem feminina ao parecer tantas numa só. Paulo, no entanto, no entusiasmo da paixão, definiu-a: " Tu és um anjo, minha Lúcia!". Tendo Paulo visto Lúcia naquela festa da Glória, a ela foi apresentada pelo seu companheiro, que a conhecia e fora seu amante. Mesmo assim ele continuou a idealizá-la, até nas visitas que lhe fez a seguir, francamente inocentes e cordiais. Só algum tempo depois é que se tornaram amantes. Cada vez mais, no entanto, prendia-se a ela por um amor apaixonado que ultrapassava a simples satisfação do sexo. Não a queria como uma mundana lúbrica e sensual, famosa pelos requintes no amor, e sentia que ela também, na maneira de tratá-lo, nos seus silêncios, nos seus beijos e carícias, o amava realmente. A prova maior disso foi o seu afastamento de tudo para dedicar-se a ele. Mas logo brigaram, e ela voltou à vida antiga. Nessas alternativas de brigas e reconciliações, de ciúmes e de arrependimento, chegaram à confissão de suas vidas e à aceitação do amor com que se queriam. E Lúcia contou-lhe a sua história, declarando para sempre morta a mulher que fora até então; sua família viera morar na Corte e viviam dignamente, até que a epidemia de febre amarela de 1850 atacou sua família.
Somente ela foi poupada, vendo-se obrigada a cuidar dos familiares. Assim foi que, por necessidade, entregou o seu corpo a um ricaço de nome Couto, para conseguir ajuda e apoio. Morreram-lhe a mãe, a tia e dois irmãos; o pai, ao descobrir que ela recebera dinheiro de um homem em paga de sua honra, expulsou-a de casa. Depois disso, o caminho estava aberto à prostituição. Lúcia se faz passar por uma amiga morta para aliviar o sofrimento dos pais (tê-la como prostituta). Na sua nova vida, então, mudou de nome, pois se chamava realmente Maria da Glória, em devoção a sua madrinha Nossa Senhora da Glória. Depois de uma longa viagem que fizera à Europa em companhia de um amante, de volta ao Rio só encontrou de sua família uma irmãzinha de nome Ana, a quem tomou sob sua proteção e a pôs num colégio. Após tal confissão, de que resultou um perfeito entendimento entre os dois, Lúcia foi morar numa casinha de Santa Teresa, que alugara, em companhia da irmã. Afastou-se da vida mundana para receber apenas a visita de Paulo. No ambiente bucólico daquele bairro viveram os dois um idílio simples. Passeavam nos arredores de mãos dadas como dois namorados, e nessa busca da inocência perdida, ela até se recusava, periodicamente a ser de novo sua amante. É que ela agora já adotando outra vez seu nome de batismo, Maria da Glória, estava esperando um filho de Paulo. Mas o idílio em que viviam durou pouco. Lúcia sofreu um aborto e, ante a recusa de tomar remédio para expelir o feto sem vida, faleceu de infecção, confessando a Paulo que o amava perdidamente desde o primeiro encontro. Pediu-lhe que cuidasse de Ana, a quem deixara em testamento a sua fortuna, cerca de cinqüenta contos de réis, como se fosse sua própria filha. A princípio queria que ele se casasse com Ana, mas, ante sua recusa, pediu-lhe que a protegesse, e morreu dizendo-se sua noiva eterna, sua noiva no céu. Lúcia = Lúcifer ................. Maria da Glória = Anjo E "é através da morte que seu objetivo maior foi atingido: a destruição do corpo implica na sobrevivência e supremacia do espírito. A redenção alcançada".

Características românticas na obra:
Subjetivismo: o mundo gira em torno do seu “eu”
- 1ª pessoa
– uma só pessoa: indivíduo X sociedade, sobrepõe o sentimental à razão, entusiasmo ao raciocínio. Exaltação do amor: é a mola mestra da ficção romântica em prosa e verso, amor sublime, com sacrifício e até de heroísmos. Amor e morte: capacidade de renúncias, tendo como única saída a morte. Sentimentalismo melancólico: Lúcia se faz passar por uma amiga morta para aliviar o sofrimento dos pais (tê-la como prostituta).

Ilogismo: instabilidade emocional, duplicidade de comportamentos. (importância secundária). Características de José de Alencar:

Lirismo: visão lírica da realidade

– ele é lírico, terno, delicado e sensível. Gosto pela descrição: paisagem, personagem, vestuário feminino e ambiente. Comparações: personagens X detalhes físicos X estados da alma X atributos morais. (elementos da natureza, reino animal, vegetal e mineral). Desarmonias: contrastes relacionados às pessoas e sentimentos. Lúcia X Lúcifer, Maria da Glória X anjo.

HELINHO TIMBALADA: SENHORA

Timba Alunos:

*Façam seus comentários sobre a obra Senhora;
*Tirem suas dúvidas.

SENHORA

Timba Alunos Elite 2º Ano: Aí está o Resumo da Obra Senhora.
SENHORA
José de Alencar

Na obra Senhora temos como personagem principal Aurélia Camargo, que no decorrer da narrativa são mostradas alguns símbolos como: nua estrela, deusa dos bailes, musa dos poetas e outras que induziam tornando a um ser perfeito aos olhos. Mas em contrapartida temos uma moça com 18 anos, com sagacidade, ar provocador e expressão cheia de desdém que contrastam com a beleza correta e a expressão serena. Aurélia é um personagem que em demonstrar e ir contra o que era imposto no período do Império, ou seja em documentar indiretamente um momento histórico, concreto da sociedade brasileira. Na geral a mulher brasileira era submissa ao poder, ela valia pelo dote que possuía. Exemplificando ela não podia ir as festas, bailes na sociedade sem estar acompanhada, pois seria considerada vulgar. A mulher era feita para o casamento, sem direitos de mandos e opiniões na sociedade. E surge Aurélia diferente, porque não satisfaria os costumes e exigências da época que não aceitava a emancipação feminina. O conflito que organiza a obra, é um choque entre o amor ideal, o invencível, e o mundo social que decepciona. E Aurélia está inserida nesse conflito e oscila entre a pureza e a ironia, porque ela tinha experiência da vida. Na sociedade que era movida pelo ouro, pelo interesse e as pessoas valiam pelo interesse e dinheiro que tinham, prevalecendo o "Ter" sobre o "Ser". Com Fernando Seixas, percebemos que os casamentos eram feito por conveniência e ascensão social. E Seixas mesmo vivendo na pobreza apresenta-se em sociedade como se fosse um dos "cavaleiros mais ricos e francos da corte". O Título senhora para a obra está relacionado ao poder que Aurélia exercia por ser dona de seus atos e ser rica. E também porque na época o termo "Senhora" não era usado para mulheres, pois não detinham poder. A obra fornece diversas interpretações pois é literária. Mas no final da narrativa, o fator que leva a idealização do amor, no romantismo, é o momento que Fernando Seixas diz para Aurélia que era consumado por desejo de viver no consumidos e materialismo. Mas que ela transformou-o fazendo-o lutar pela dignidade e a auto estima perdidas. Com isso, Aurélia perdoa Seixas de fato porque ele transformar-se em um "homem" e não um ator de salão.
A obra relata a dramática história de amor entre Seixas e Aurélia. Seixas era um pobre mancebo, que trabalhava como jornalista, vivia na pobreza, mas não abria mão do outro lado da sua vida, com o qual gastava todo o seu ordenado: as festas da sociedade.
Aurélia também era uma pobre moça, mas que subira na vida após herdar a fortuna de seu avô fazendeiro. Era uma moça belíssima. Aurélia e Seixas iam se casar, mas esse casamento não ocorreu porque Seixas sabia que era pobre, e sabia que não era o homem certo para Aurélia, apesar de amá-la. Esse relacionamento se desfez quando o pai de Adelaide de Amaral oferece um dote para que ele se casasse com sua filha., e ele aceita.
Algum tempo depois de receber a herança, Aurélia decide que quer se casar, e resolve "comprar" um. O escolhido, no entanto, era Seixas, que aceitara submeter-se ao casamento, mesmo sem saber quem era a noiva, pois tinha necessidade do dote. Logo após o casamento, Aurélia deixa bem claro que Seixas era um marido comprado, e que o que estava se passando era um casamento de conveniência. Apesar dos dois, de certa forma, amarem-se, nenhum dois demonstrava.
O casamento foi marcado por rotineira e seca. Seixas, muitas vezes sentiu-se humilhado por Aurélia. Onze meses após o casamento, Seixas consegue o dinheiro de que precisava para desfazer o casamento, e isso que ele faz. No momento em que Seixas vai se despedir de Aurélia, já separados, Aurélia confessa que o ama de verdade, e suplica pelo o amor dele. Aurélia consegue provar esse amor, e conquista Seixas, mesmo ele achando que a riqueza dela havia destruído o amor dos dois.

Sinopse:
Este romance urbano, de 1875, onde o autor explora perfis feminino como em Lucíola (1862) e Diva (1864).
A temática do romance é o casamento por interesse e a moral burguesa, discutível, pois apóia e incentiva o feito.
Narrado em terceira pessoa, o romance Senhora tem na observação de detalhes exteriores, uma de suas fortes características.
Obra madura, apresentado um autor crítico não só da sociedade como também da própria escola literária vigente: o Romantismo.
Em muitos momentos da obra aparecem características que chegam perto das tendências realista e naturalista.
É o caso da visão crítica que Aurélia (protagonista) e Seixas demonstram sobre si próprios e o jogo social de personagens de mau-caráter sem que necessariamente tenham de ser punidos.
O romance se divide em quatro partes intituladas: O Preço, Quitação, Posse e O Resgate, títulos que já dizem sobre a problemática da contradição entre o dinheiro e o amor desenvolvida no enredo, na medida em que constituem palavras relacionadas às fases de uma transação comercial.
Na primeira parte Aurélia Camargo dá a conhecer para o leitor: jovem de 18 anos, linda e debutando nos bailes. A principal ação desta primeira parte do romance começa quando Aurélia pede ao tio que ofereça ao jovem Fernando Seixas, recém-chegado na corte após uma longa viagem ao Nordeste, a sua mão em casamento. Entretanto, uma aura de mistério cobre o pedido, pois Fernando não deve saber a identidade da pretendente e além disso a quantia do dote proposto deve ser irrecusável: cem contos de réis ou mais, se necessário.
A habilidade mercantil de Lemos, que chega a ser caricata, e a péssima situação financeira de Fernando - moço elegante mas pobre, que gastou o espólio deixado pelo pai e que precisava restituí-lo à família para a compra do enxoval da irmã - fazem com que dêem certo os planos de Aurélia.
Na noite de núpcias, Fernando se surpreende ao ver nas mãos de Aurélia, um recibo assinado por ele aceitando um adiantamento do dote. Aurélia se enfurece, acusa-o de mercenário e venal. E ela começa a contar a vida e os motivos que a levaram a comprá-lo.
Na segunda parte, conhecemos a vida de ambos os protagonistas. Aqui há um retorno aos acontecimentos em suas vidas, o que explica ao leitor o procedimento cruel de Aurélia em relação a Fernando.
Na terceira parte, Posse, a história retorna ao quarto do casal. Vemos Fernando arrasado de vergonha, mas Aurélia toma o seu silêncio como cinismo. É o início da fase de hipocrisia conjugal.
Na quarta parte temos o desenrolar da trama. Intensificam-se os caprichos e as contradições do comportamento de Aurélia, ora ferina, mordaz, insaciável na sua sede de vingança, ora ciumenta, doce, apaixonada. Intensifica-se também a transformação de Fernando, que não usufrui da riqueza de Aurélia, tornando-se modesto nos trajes, assíduo na repartição onde trabalhava, e assim adquirindo, sem perder a elegância, uma dignidade de caráter que nunca tivera.
No final, Fernando, um ano após o casamento, negocia com Aurélia o seu resgate. Devolve-lhe os vinte contos de réis, que correspondiam ao adiantamento do montante total do dote com o qual possibilitava o casamento da irmã, e mais o cheque que Aurélia lhe dera, de oitenta contos de réis, na noite de núpcias
Separam-se, então, a esposa traída e o marido comprado, para se reencontrarem os amantes, a última recusa de Seixas sendo debelada quando Aurélia lhe mostra o testamento que fizera, quando casaram, revelando-lhe o seu amor e destinando-lhe toda a sua fortuna.
O enredo deste romance mostra claramente a mistura de elementos romanescos e da realidade.

HELINHO TIMBALADA: A HORA DA ESTRELA

HELINHO TIMBALADA: A HORA DA ESTRELA

Qual sua dúvida sobre Macabéa?

A HORA DA ESTRELA






Timba alunos Elite 3ºAno: Aí está a análise da Obra A Hora da Etrela:

A Hora da Estrela
Clarice Lispector

A autora Clarice Lispector faz parte da "geração de 45", um novo estilo literário dentro ainda da proposta moderna iniciada no Brasil na década de vinte, uma literatura que vai trabalhar o ser interior, suas idéias mais íntimas, seu universo psicológico.
Clarice está imersa nessa literatura como parte fundamental, seus romances e contos deslocam o leitor para o mundo interior de suas personagens. Em primeira instância está o pensamento, a realidade exterior é apenas o pano de fundo nos textos da autora, ela usa fatos cotidianos que dentro da narrativa não tem um significado maior, o interesse está nas sensações da personagem diante deles.
"A hora da estrela" é um de seus romances de grande destaque, onde nos apresenta um jornalista-escritor que vai discutir a existência inconsciente através de uma nordestina que vive na cidade do Rio e Janeiro, ela é na verdade, dentro do livro, um objeto de análise criado pelo jornalista.
Ele personifica nela todas as vidas que deixam de ser vividas, todas as existências que não passam de sombras no mundo. A personagem tem prazeres tolos, substanciais e sem a menor importância, exatamente como a vida que leva, cheia de privações injustificáveis e sem o menor dos sentidos. O personagem escritor sofre e sente por seu objeto de análise, tão sem vida, sem ambições de existir, ele ama a criatura com ternura e amargura, é terno com a inconsciência e amargo com a ignorância da nordestina, pois acredita que ela não "é" por não saber que pode "ser". Ele dá vida própria à moça, como se tentasse fazê-la mudar seus rumos, sua história tão insignificante, mas ela, ainda que ele queira, não consegue ser o que desconhece. O escritor não pode interferir no existir de sua personagem, ele relata os fatos daquele mundo singelo em cores somente preta e branca. Ele entra nesse mundo com alma, e nele reflete sobre si mesmo, sua existência, suas fraquezas e seus defeitos. Percebe como cada um de nós é indiferente ao que acontece à tantas outras pessoas ao nosso redor, afirma que há um reconhecimento do outro, mas não há uma reflexão do nosso poder de modificar a condição de existência dele.
Clarice retrata, portanto, as sensações e reflexões de um ser diante da mediocridade da existência de outro, despertando no leitor um desgosto pela banalização da vida que é causado pelo choque diante da não reação da personagem nordestina à sua inércia, o leitor compactua assim com as impressões do personagem-jornalista: sua revolta, seus medos e suas vontades. A autora consegue a atenção do leitor para o pequeno romance, que apesar das poucas páginas condensa um conteúdo gigantesco e fantástico.

PRINCIPAL

A Macabéa: Clarice tratará do livro A Hora da Estrela, com um estudo detalhado sobre os aspectos de uma história de puro sofrimento.

ENREDO

A historia gira em torno de uma nordestina que não tem nem idéia de sua própria existência.
Vem do sertão de Alagoas para o Rio de Janeiro para trabalha como datilógrafa. Começa um namoro com um conterrâneo nordestino que é interrompido pela ganância do mesmo.
TEMPO

Não há como ser preciso neste item, porem a narração ocorre em poucos dias no mês de maio, entre lembrança de Macabéa

CENÁRIOS

Na infância morava na casa de uma tia, pois era órfã. Já na vida adulta, depois da morte de sua tia vai para o Rio de Janeiro, subúrbio, quarto dividido com algumas amigas num sobrado perto do cais freqüentado por prostitutas e marinheiros. Lugar imundo.
No Rio: escritório de datilografia (emprego)

CLÍMAX E NARRADOR

O começo do namoro com Olímpio trocando-a pela sua colega de trabalho, Glória, que arrependida lhe indica a Madama Carlota, uma cartomante. Madama Carlota lhe prevê um futuro só que mal interpretado. Contente com o maravilhoso futuro previsto por Madama Carlota, Macabéa sai distraída é atropelada, agoniza e morre no meio da sarjeta.

Narrador: É um narrador onisciente, Rodrigo S. M. que não chega a participar ativamente da narração.

AUTORA

Nasceu em Tchetchelnik, Ucrânia, chegou ao Brasil aos dois meses de idade, naturalizando - se brasileira posteriormente. Criou-se em Maceió e Recife, transferindo-se aos doze anos para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito, trabalhou como jornalista e iniciou sua carreira literária. Viveu muitos anos no exterior, em função do casamento com um diplomata brasileiro, teve dois filhos e faleceu em dezembro de 1977, no Rio de Janeiro.

LIVRO

O livro tem pouco de erotismo, altamente complexo mesmo tendo uma escrita simples

Título: Porque somente na hora de sua morte, Macabéa tornara realmente alguém por representar tão bem o papel de uma moribunda, momentos antes de morrer.

SÍNTESE
Macabéa, uma nordestina, luta para sobreviver no Rio de Janeiro, trabalhando como uma datilógrafa. Divide um quarto em um lugar quase subumano juntamente com mais quatro amigas.
Em um dia que falta o trabalho, ela encontra Olímpio que a convida para um passeio sob uma intensa chuva. Daí por diante ela o toma como seu primeiro namorado. Apesar de parecer estar com sorte por ter arranjado um namorado, ela é traída pela Glória, uma amiga de trabalho. Essa amiga com remorso indica a ela, uma cartomante para que lhe adivinhasse o futuro, futuro esse que como Madama Carlota, a cartomante, lhe disse, mudaria sua vida no momento em que saísse da casa da Madama, com muito dinheiro, casamento com um estrangeiro, luxo e amor. E quando ela foi finalmente embora tudo realmente mudou. Atordoada com tanta felicidade e espantada com a miserável vida que levava, ficou indecisa com um ato tão banal de atravessar uma rua que quando se decidiu foi atropelada por uma Mercedes. Morre aí Macabéa na sarjeta.